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Presidente do Instituto Evereste se reúne com representantes do Quilombo Barranco de São Benedito para discutir iniciativas de impulsionamento da comunidade

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Comunidade descendente de negros escravizados é o segundo quilombo urbano certificado do Brasil, patrimônio cultural imaterial do Estado do Amazonas e reconhecido como ponto de memória pelo IBRAM. 

 

Manaus, 16 de fevereiro de 2024 - Nesta sexta-feira, o presidente do Instituto Evereste, André Fabiano Pereira, recebeu Fabiane Fonseca, Vice-Tesoureira e Keilah Silva Fonseca, representantes do Quilombo Urbano Barranco de São Benedito, uma comunidade com 134 anos de resistência e o segundo quilombo urbano certificado do Brasil.

Situado no bairro Praça 14 de Janeiro, em Manaus-AM, o local era conhecido como Comunidade Negra de São Benedito antes de ser certificado como Quilombo Urbano pela Fundação Cultural Palmares em 2014. Sua origem remonta à Maria Severa Nascimento Fonseca, uma mulher negra, escrava alforriada do município de Alcântara, no Maranhão, que migrou daquela localidade com seus filhos para Manaus em 1890 e deixou como herança a cultura negra no Amazonas através de seus descendentes distribuídos, hoje, em cerca de 150 núcleos familiares.

Os fundadores da comunidade negra de São Benedito, trabalharam na construção de prédios históricos em Manaus como o Teatro Amazonas, o Palácio da Justiça e o Reservatório do Mocó, hoje tombados pelo IPHAN, construídos no período áureo da borracha pelo maranhense e ex-governador negro do Amazonas Eduardo Ribeiro, lembraram as primas Keilah e Fabiane.

Em 2015, o Quilombo do Barranco foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Amazonas através da Lei Estadual Nº 4.201/2015. Além disso, em 2021, o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) concedeu o Certificado de Ponto de Memória à comunidade em reconhecimento ao coletivo cultural do Quilombo.

Impulsionadas pelo reconhecimento concedido, as mulheres do quilombo criaram no ano de 2014 a Associação Crioulas do Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito e passaram a realizar debates para reconhecimento de suas ancestralidades e promover ações de engajamento da comunidade. Keilah Silva e Fabiane Silva são, respectivamente, Presidente e Vice-Tesoureira da Associação.

Durante a visita, foram discutidas as possibilidades de como o Instituto Evereste, distante a menos de 200 metros da sede do quilombo, poderia contribuir com ações efetivas que possam impactar positivamente a associação e toda aquela comunidade local.

Por se tratar de parte da história viva de sua terra natal e de seus antepassados, o Presidente André Fabiano, que é da quinta geração não escravizada de sua família, demonstrou enorme satisfação com a pauta, destacou sua compreensão das dificuldades enfrentadas pela comunidade e reiterou o compromisso estratégico da instituição em contribuir de maneira positiva com as populações remanescentes, como a do Quilombo Barranco, ratificando o poder do empreendedorismo, da ciência e da tecnologia como ferramenta, inclusive, de resistência e fortalecimento das comunidades tradicionais de matriz africana.

Como desdobramento, constituiu-se intenção recíproca entre o Instituto Evereste e a Associação do Quilombo de balizar uma almejada parceria a ser formalizada com o intuito de fomentar benefícios significativos para a comunidade e promover ações em prol dos direitos humanos, das oportunidades igualitárias, do desenvolvimento sustentável, das manifestações culturais afro-brasileiras e da proteção da ancestralidade.

Participaram também da reunião, por parte do Evereste, o Diretor de Governança e Conformidade, Hélio Lobo, o Secretário-Geral da Presidência, Ildomar Fernandes e o Gerente de Operações e Serviços, Deneval Paixão.

 

Coordenadoria de Comunicação Social

Redação e foto: CCS/Evereste

Bruno Diogo

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